História da Igreja

Há mais de seis décadas, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus chegava em nossa cidade trazendo as boas novas do evangelho, através de homens e mulheres corajosos, que dedicaram suas vidas à causa do Mestre! Infelizmente, com o passar dos anos, perdeu-se a memória de muitos acontecimentos importantes, e valorosos cooperadores desta obra permanecem anônimos, somente a eternidade há de revelar e reconhecer os seus feitos na causa do Reino.

É com muita alegria, temor e responsabilidade que procuramos relatar alguns fatos que marcaram a história de nossa comunidade de fé. Os relatos que seguem, são fruto da memória de nossos irmãos em Cristo, que gentilmente cederam suas fotografias, e dedicaram um tempo a lembrar e relatar eventos memoráveis que compõem nossa história. Foram dias e horas de conversas agradáveis, relembrando os grandes feitos que compõem essa jornada de vitórias, milagres e conquistas que nos trouxe aos dias atuais.

Chegada do Evangelho no bairro Perequê

Conforme relato do pastor Álvaro José de Souza em sua obra “Um Homem Chamado Milagre”, no qual ele narra sua biografia, o pastor, que é natural de Porto Belo, conta que testemunhou a chegada do evangelho por aqui quando tinha 6 anos de idade. De acordo com seu relato, ele tinha um tio chamado Benigno que trabalhava como “caixeiro viajante”, pois viajava de Porto Belo a Iguape (SP) a pé, para trazer mercadorias e revender aqui na região. Em uma dessas viagens ele chegou “diferente”, pois havia visitado um culto em Itajaí e conhecido o evangelho. Inclusive, deixou de trazer algumas mercadorias com imagens de escultura, por exemplo. Era década de 1950, e não demorou muito para que o tio comentasse com a família a tal “religião” diferente. Por aqui, a única religião conhecida naquela época era a Católica. Como a leitura da Bíblia não era acessível, o sr. Benigno naturalmente teve dificuldades de explicar a nova religião. Sobre o culto que o sr. Benigno participou em  Itajaí (na época, o presidente da igreja em Itajaí era o Pr. Manoel Germano Miranda), o que o impressionou foi o “Batismo no Espírito Santo”, algo totalmente diferente, ao qual o sr. Benigno de maneira simples, explicou aos parentes que quando o Espírito Santo “entra na gente, passamos a falar diferente”. Fascinado com o assunto, anunciou que traria um pastor até a casa da família assim que possível. O pastor a quem o Sr. Benigno se referia era o então presbítero Manoel Paulo Evaristo, na época dirigente da igreja em Tijucas e responsável pela obra na região, cuja igreja sede era em Florianópolis, presidida pelo saudoso Pr. João Ungur.

Fruto da pregação de do Sr. Benigno, as primeiras almas foram alcançadas por Cristo no município de Porto Belo, e passaram a ser membros da Igreja Evangélica Assembleia de Deus. A obra iniciou no bairro Perequê há sessenta e sete anos atrás (1956), quando os primeiros convertidos passaram a fazer os primeiros cultos na casa de Domingos Linhares. Segundo relato do pastor Álvaro, os primeiros crentes da Assembleia de Deus em Porto Belo que ele se lembra foram:

• Benigno João de Souza
• Izaura de Souza
• Domingos Linhares e família
• Apolinário dos Santos

Na foto acima, Izaura de Souza e Benigno João de Souza, casal que esteve entre os pioneiros da igreja em Porto Belo.

Após aceitar Jesus, Benigno de Souza, também chamado de irmão Bena, foi um grande evangelizador da região, levando as boas novas para diversos bairros de nosso município, inclusive, a região do município de Bombinhas, que na época fazia parte de Porto Belo.

Bairro Araçá

Nos primeiros anos da igreja, o bairro Centro foi muito resistente à pregação do evangelho, assim, o próximo bairro alcançado foi o Araçá.

Conforme relato do Pb. Marcilio Manoel dos Santos, os primeiros convertidos no bairro Araçá foram seus pais Manoel João dos Santos e Celina Mendes dos Santos que aceitaram Jesus no ano de 1964, fruto da pregação do irmão Benigno de Souza. Nessa época, também aceitou Jesus a irmã Maria Carolina, conhecida como Carola. Logo que aceitou a Jesus, irmão Manoel, conhecido popularmente como Biel, passou a ser um cooperador da obra, sendo os cultos realizados em sua própria casa. Posteriormente, os cultos passaram a ser na casa da irmã Maria Carolina, que inclusive doou o primeiro terreno para a construção da primeira igreja Assembleia de Deus no bairro. Segundo lembra o irmão Marcílio, o irmão João Severino, foi o construtor da primeira igreja.

No início da obra, vinham irmãos de Tijucas, para ajudar nos cultos. Eles vinham de carroça, porque na época o automóvel era escasso, inclusive, o irmão Biel era o único que possuía um veículo no Araçá, uma Rural. Às vezes, algumas pessoas faziam sabotagem com esses irmãos que vinham de “longe”, soltando os cavalos e amarrando as carroças.

Quando era realizado batismo nas águas, vinham obreiros da cidade de Florianópolis até o bairro Araçá, para realização do culto e do ato do batismo.

Quando o irmão Marcílio tinha cerca de sete anos de idade, seus pais iam até São João Batista, todos os domingos pela manhã para fazer culto na rádio.

Quando tinha por volta de oito ou nove anos de idade, o irmão Marcílio testemunhou um milagre memorável. Marcilio tinha uma irmã que faleceu. Dois dias após o sepultamento de sua irmã, seu pai foi buscá-lo na escola, dizendo “vamos rápido que sua mãe está doente”. Trouxeram sua mãe Celina para o Centro de Porto Belo em busca de socorro médico, e depois a levaram para Florianópolis, no Hospital Celso Ramos, onde ela ficou internada. No dia seguinte, após realizar seus afazeres matinais, para o Sr. Biel poder ir ao hospital visitar sua esposa Celina, chegaram em sua casa os Srs. Dominguinhos e Isidório comunicando que uma rádio de Florianópolis solicitava a presença do Sr. Biel no hospital. Seu pai foi então à casa de Lilo Felipe no centro de Porto Belo, e foram até o hospital verificar o que havia ocorrido. Quando chegaram no hospital, receberam a notícia de que Celina já tinha falecido e estava na sala de necropsia. Quando o médico foi iniciar o procedimento, irmã Celina viu Jesus atrás dela, dizendo: “Não temas que eu estou contigo”. Ela então “achou graça e sorriu”. O médico pulou para trás, dizendo “meu Deus a paciente está viva, como pode?…” Ela ficou mais uns quinze ou vinte dias no hospital curada, apenas com os médicos examinando sem entender o que tinha acontecido.

Depois de algum tempo em casa, a irmã Celina comprou uma Bíblia e foi ao consultório médico do Dr. Paulo Sá. Quando chegou lá, relatou que gostaria de falar com o médico, mas a secretária informou que infelizmente a espera para a consulta era de seis meses. Ela então pediu para descansar antes de voltar para casa, e quando o Dr., abriu a porta do consultório para chamar o próximo paciente e viu a irmã Celina, chamou-a para conversar e pediu para a secretária dispensar os demais pacientes, além de examinar irmã Celina, a mesma passou a tarde pregando para o médico. Após esse episódio, Celina viveu mais uns quarenta anos. Foi um verdadeiro milagre!

Com o passar do tempo, as boas novas foram alcançando mais pessoas no bairro. O irmão Nilo José dos Santos, após aceitar Jesus foi o segundo obreiro do bairro, passando a cooperar ativamente na obra junto com o irmão Biel.

Bairro Centro

O bairro centro foi mais resistente à evangelização. Por isso, nossas pesquisas apontam que a obra iniciou após Perequê e Araçá. É provável que o início da obra tenha ocorrido no final da década de 60.

Conforme relato de Manoel Antônio Santiago e Maria José Santiago que servem a Jesus desde 1972, os primeiros cultos eram feitos na casa da irmã Elvira de Melo na rua dos fundos da atual igreja. O primeiro obreiro designado para supervisionar os trabalhos na região foi Manoel Paulo Evaristo.

Conforme memória da irmã Maria Santiago, na época em que o obreiro Floriano era responsável pelo trabalho aqui na sede, foi dado início ao Círculo de Oração, com oito pessoas, sendo a primeira diretoria composta pelas irmãs: Herondina (primeira dirigente), a irmã Ana (vice), e a irmã Maria Santiago (que ficou como tesoureira e secretária). Segundo anotações deixadas pela irmã Herondina (em memória) a data do início do Círculo de Oração aqui na sede foi em 29/12/1979. Esse ministério na época foi nomeado como “Círculo de Oração Monte Horebe”.

Um fato digno de nota, foi a realização do primeiro casamento que se tem registro na história da igreja de Porto Belo, no ano de 1975. Os noivos foram Gabriel José dos Santos e Eliete Sebastiana dos Santos (foto ao lado).

O terreno onde o atual templo está construído, segundo relato de Henrique Cândido de Almeida, foi vendido para a igreja por seus pais, Nabor Manoel de Almeida e Herondina Izidoria Roslindo de Almeida, por valor simbólico apenas para registro. Segundo consta na Bíblia comemorativa dos 50 anos da Assembleia de Deus em Porto Belo, esse fato ocorreu no ano de 1978. Irmão Antônio Santiago recorda que na época do pastor José Cizenando, conforme o trabalho foi se desenvolvendo, houve a necessidade de construir um novo templo. Era uma época de muitas dificuldades financeiras, e a igreja em Tijucas não tinha condições de ajudar na construção do novo templo. Assim, os irmãos se reuniram para fazer a igreja com suas próprias contribuições. Irmão Antônio Santiago, ficou encarregado de coordenar os trabalhos da construção da primeira igreja de alvenaria, pois era pedreiro. Segundo lembra, essa construção deve ter ocorrido por volta de quarenta anos atrás. No mesmo local onde havia o templo pequeno, foi construído templo atual, após a emancipação do campo.

Balneário Perequê e Vila Nova

Segundo relato do Ev. Osvaldo Claudino Ramos Filho, o trabalho no bairro Balneário Perequê, começou com um ponto de pregação em uma madeireira na Rua Colombo Machado Salles onde hoje é o Mercado Paraná. O primeiro Dirigente, foi João Jordelino da Silva (foto ao lado). O trabalho foi iniciado por volta dos anos 1986. Posteriormente, os cultos passaram a ser em uma garagem na casa do irmão Lavíno José Airozo e sua esposa, conhecida como Dona Leninha, na Rua Maria Clara de Jesus, onde permaneceu por volta de quatro anos. Nesse período, o obreiro responsável pela obra na região era o pastor Ezequiel Machado, que posteriormente foi pastor presidente aqui do campo.

Segundo o Ev. Osvaldo Ramos, na década de 90 seu irmão Onésio Ramos, que na época era vereador em Porto Belo, doou o terreno onde foi construída a atual igreja de Balneário Perequê, na Rua Davi Cota, e seu outro irmão, o Pb. Célio Ramos foi o primeiro dirigente, do novo templo, função que ocupou pelo período de quatorze anos.

No bairro Vila Nova o trabalho foi iniciado com cultos nas casas. Segundo lembra Osvaldo Claudino Ramos Filho, ele, que na época era auxiliar, junto com João Jordelino que era diácono, coordenavam os cultos no final dos anos 80. Na época, faziam culto na casa da irmã Ana Rebelo, na casa da mãe do irmão Fausto e em algumas ocasiões também na casa do irmão José Andrônico. Em meados da década de 90, a família da irmã Marinês Priotto e Luiz Carlos Scaburi doaram o terreno onde hoje é o atual templo da AD Vila Nova.

Jardim Dourado

Conforme relatos do Ev. Iolando Camargo e do Ev. Osvaldo Ramos, a obra no Jardim Dourado foi iniciada após Balneário Perequê e Vila Nova, sendo o trabalho mais recente do município.

Os membros da atual igreja congregavam inicialmente em um ponto de pregação na Rua João Manoel Jaques, que era assistido pela igreja de Balneário Perequê, cujo a data exata do início dos cultos na localidade é incerta, porém, os relatos apontam para meados da década de 90.

O terreno onde estava este ponto de pregação foi negociado pelo terreno da atual igreja na Rua José Roberto Otto. A casa de madeira que existia no terreno da Rua João Manoel Jaques (foto acima) foi transferida para o novo terreno na Rua José Roberto Otto que foi adquirido em 2004. A construção do atual templo ficou pronta por volta do ano 2009, sendo o pastor local Marcos Roberto Freitas, e o presidente do campo na ocasião, Ezequiel Machado.

Emancipação do campo

Com o crescimento da obra, o presbitério passou a reivindicar a emancipação administrativa da igreja, que na época era pertencente ao campo de Tijucas, presidido pelo pastor José Izidório Cardoso. O pleito foi atendido pela Convenção da Assembleia de Deus de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná, e, em 30/07/1995 o campo eclesiástico de Porto Belo foi emancipado de Tijucas. Na época o obreiro local era o então Evangelista Vilson da Cruz e sua esposa Marli Souza da Cruz que estavam trabalhando aqui em Porto Belo pelo período de quatro anos e sete meses. Com a emancipação do campo, a primeira diretoria da igreja foi composta pelos membros: Gregório Marciano Silva (presidente), Hildo Marques (vice-presidente), Osvaldo Ramos (secretário) e Paulo Rebelo (tesoureiro).

Pastores presidente da AD Porto Belo após a emancipação: 

– Gregório Marciano Silva (30/07/1995 – 11/02/1996)

– José Gonçalves Cordeiro (11/02/1996 – 07/02/1999)

– Avelino Macelai (07/02/1999 – 25/07/2000) – faleceu durante seu pastorado aqui na cidade.

– Gedielson de Oliveira Rodrigues (08/2000 – 02/02/2003)

– Agissé Berto da Silveira (02/02/2003 – 13/01/2007) – durante seu período foi emancipado o campo de Bombinhas em 10/01/2004.

– Ezequiel Machado (13/01/2007 – 08/01/2013)
– Mário José Meyer (19/01/2013 – 14/01/2014)
– Marcelo Norival Rosa (14/01/2014 – atual)